quinta-feira, 20 de março de 2014

Matéria: Um Fusca na cena do crime

Muitos dos brasileiros, talvez a grande maioria, jamais ouviram falar de um dos mais controvertidos personagens da história recente do Brasil, o baiano Carlos Marighella. Nascido em Salvador, filho de um imigrante italiano com uma negra, foi durante muitos anos uma das pessoas mais procuradas pelos órgãos de repressão do regime militar.
 
Marighella
 
As circunstâncias que envolveram sua morte até hoje são contraditória, porém, a presença de um Fusca azul, placa 24-69-28 de São Paulo, no cenário do fato é inegável.
 
 
Marighella foi morto pela ditadura militar no dia 4 de novembro de 1969 aos 57 anos. O tiroteio ocorreu às 20hs30, no elegante bairro paulistano dos Jardins (na Alameda Casa Branca), num suposto confronto com policiais comandados pelo Delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops/SP), Sérgio Paranhos Fleury, considerado um dos mais rígidos da ditadura.
 
Sérgio Paranhos Fleury
 
As versões para a morte:
 
1ª - Marighella juntamente com frades dominicanos (Ives e Fernando) estava no interior do Fusca que encontrava-se parado. Ao receber voz de prisão tentou apanhar um revólver calibre 32, da pasta que trazia consigo, quando recebeu os disparos. (versão oficial)
 
Da esquerda para direita: Freis Fernando, Betto, Ives e Tito.
 
2ª - Marighella começou a atravessar a alameda, rumo ao carro dos frades quando iniciou a troca de tiros. Nesta ocasião, os religiosos que ali estavam para atraí-lo, foram rapidamente retirados do Fusca. Sem reagir, ele morreu depois de ser atingido por quatro disparos. Para favorecer a versão da polícia, ele teve o seu corpo colocado no banco traseiro do Volkswagen onde foi deixado em estranha posição para ser fotografado.
 
3ª - Marighella chegou ao local numa caminhoneta Willys, não atendeu à voz de prisão dada pelo Delegado Fleuri, e foi atingido pela rajada no peito e na cabeça, enquanto seus dois companheiros (os frades) reagiram a tiros, matando a Investigadora Estela de Barros Borges, que participava da operação.
 
4ª - Marighella ao chegar à Alameda, dirigiu-se ao Fusca e entrou na parte traseira. Os frades Ives e Fernando saíram rapidamente do carro e se jogaram no chão. Percebendo a emboscada, imediatamente reagiu à prisão e foi morto. Marighella seguia as normas de seu manual. Portava um revólver e levava duas cápsulas de cianeto de potássio.
 
Marighella ao ser morto trajava um terno cinza e uma camisa branca, para completar o disfarce ele ainda usava uma peruca castanha, que caiu no assoalho do Volkswagen quando ele foi atingido.
 
Na mesma operação, foi baleado o Delegado Rubens Tucunduva (que fazia parte da equipe), a investigadora da Policial Civil do Dops/SP, Estela Borges Morato que recebeu um tiro na cabeça e veio a óbito, além do dentista Friederich Adolf Rohmann que passava pelo local e também morreu.
 
Estela Borges Morato
 
As conclusões a respeito do fato dão conta que Marighella não foi morto dentro do Fusca. Nas fotos, a camisa dele está levantada e a calça um pouco abaixada, o que sugere que foi arrastado pelos braços. Também os projéteis encontrados no corpo não coincidem com as marcas encontradas no carro. O ângulo da perfuração torna impossível que o tiro letal tenha sido dado dentro do veículo. Segundo o laudo cadavérico, Marighella recebeu quatro tiros, um nas nádegas, outro na região pélvica, um de raspão no queixo e o quarto, à queima-roupa, que lhe perfurou a aorta e o pulmão, provocando a hemorragia interna que o matou. O tiro de misericórdia foi desferido com ele ainda vivo ao tentar, intuitivamente, defender-se segurando a arma do seu algoz, fazendo com que o projétil que o matou, dilacerasse um dos seus dedos da mão esquerda. O tiro fatal foi feito a curta distância.
 
Quatro décadas após a morte de Carlos Marighella, ele continua a ser um personagem enigmático da história brasileira. Poeta, revolucionário, político, guerrilheiro, inteligente, violento, sua mítica fascina muitos e traz repugnância a outros. Aclamado assassino e terrorista pelas autoridades, e, herói da resistência à ditadura pela população, Marighella continuará a ser um enigma, que se decifrado, revelará uma face ainda obscura do Brasil recente.
 





 
 
 
Fontes:

terça-feira, 11 de março de 2014

Matéria: Swamp Cooler

O Swamp Cooler (ar condicionado de janela) é um refrigerador evaporativo e era utilizado antigamente para refrigerar o interior do carro.
 

 
Você enche com água, e no interior dele tem um rolete com uma manta em que a metade fica submersa, existe uma corda que aciona a manta, ao puxar a corda no interior do carro a manta gira dentro da água que foi depositada então a manta fica totalmente molhada e com o veículo em movimento o ar passa pela manta molhada e se umidifica o que o faz ficar mais frio, então o ar em temperatura mais baixa vai para o interior do carro por uma pequena abertura no vidro preenchida pela saída de ar do swamp cooler.
 



 
 
http://zebende-cars.blogspot.com.br/2011/04/swamp-cooler.html

segunda-feira, 10 de março de 2014

Matéria: Trocando óleo da transmissão do Fusca

Para fazer a troca do óleo, o carro deve estar com o motor quente, mais precisamente a caixa de transmissão quente, assim o óleo fica menos viscoso e as partículas de sujeira que estavam decantadas ficam em suspensão no óleo.


Recomendações:
- Sempre usar luvas, óculos de proteção;
- Ao fazer serviços embaixo do carro, certifique-se de o veículo estar apoiado em cavaletes apropriados e com freio de mão puxado;
- A troca do óleo de caixa (assim como óleo do motor) deve ser feito com veículo em piso plano;
- Descarte o óleo velho em local apropriado, os postos de combustível normalmente recolhem tais resíduos.
 
1ª fase - Com uma chave allen 17 mm ou soquete allen 17, remove-se o dreno do óleo, vai sair bastante óleo.


O mesmo localiza-se embaixo do carro.



O bujão possui uma peça imantada para aderir partículas de aço que se desprenderam das engrenagens.


Remova o bujão de abastecimento (na foto o mesmo já foi removido e instalado a mangueira para abastecer a caixa).



2ª fase - Deixe o óleo escoar, se possível por algumas horas, após o óleo parar de pingar, instale novamente o bujão do dreno (que fica embaixo da caixa).
 
Use um óleo SAE 90 API GL 5 (Não GL 4!!), não precisa ser essa marca... Vão 2,5 litros na transmissão do Fusca.


3ª fase - Improvise um funil para despejar o óleo, tem que ter paciência, pois o óleo é muito viscoso e demora a descer.


Quando o óleo começar a vazar pelo bujão de abastecimento, a caixa já estará completa (o nível é o próprio bujão).

O óleo velho.

A VW não faz recomendação quanto a troca periódica do óleo da caixa, no entanto é bom trocar uma vez na vida, pois o antigo dono pode ter usado algum óleo inadequado ou o mesmo pode ter se contaminado ao longo dos anos.
 
 

domingo, 9 de março de 2014

Matéria: Ajustando a agulha do marcador de gasolina

21/11 - O primeiro trabalho a fazer antes e começar com os controles propriamente ditos é abastecer o carro com gasolina. Ai já se apresenta a primeira oportunidade de controle: verificar e, se necessário, ajustar a agulha do marcador de gasolina. Condição prévia é, naturalmente, que o veículo se encontre sobre um plano horizontal. O marcador de gasolina é um dos instrumentos mais importantes e mais observados pelo condutor. O cliente deve ter a certeza de quando a agulha mostrar sobre o R maiúsculo o tanque ainda contém no mínimo 5 litros de reserva. Para o controle, mande colocar primeiro cinco litros de gasolina. Se a agulha não estiver exatamente sobre o traço de R, é necessário reajustá-la.
 
 
21/12 - Abra o capô da frente, desparafuse o cartão (papelão) protetor do painel de instrumentos e ajuste a agulha mediante o parafuso de fenda existente na parte traseira da caixa do marcador, de modo que ela coincida com o traço de R. Entende-se que são necessários duas pessoas, uma para fazer o ajuste e outra dentro do carro observando o instrumento. Na fotografia seguinte mostraremos como é possível controlar a indicação correta do marcador com uma quantidade indeterminada de combustível no tanque.
 
 
21/13 - Neste caso, retire o revestimento inferior do porta-malas e a tampa protetora do impulsor no depósito de combustível. Outro mecânico deverá observar o instrumento no painel. Aperte o braço da bóia à posição de zero e vire o parafuso de regulação lentamente à esquerda, até a agulha se mover sensivelmente em direção a R. Volte então o parafuso, até a ponta da agulha coincidir com a parte inferior do traço de R.
 
 
21/14 - Se você apertar agorta o braço giratório da bóia para a frente, até o batente, colocá-lo-á na posição que ele deve ter com o depósito cheio. Feito isso, a agulha do instrumento no painel deve encontrar-se igualmente na posição de "cheio", isto é 1/1. Num marcador assim ajustado o cliente poderá ter toda a confiança de que ele lhe indicará sempre o nível exato de gasolina no depósito.
 
 
Obs - No item 21/12, tome cuidado para girar o parafuso, pois a agulha (ponteiro) do marcador é sensível e se virar muito rápido pode quebrá-la no canto do marcador.
 
http://www.piritubafuscaclub.com.br/mantendo-o-seu-vw/faca-voce-mesmo/como-regular-o-marcador-de-combustivel.html

quarta-feira, 5 de março de 2014

Matéria: Cintra 959

O Porsche 959 foi um modelo produzido visando prioritariamente a participação em ralis (competia na classe "B"). Com o objetivo de atender a exigências da FIA, algumas unidades foram posteriormente adaptadas para uso comum. Este modelo participou e venceu (com direito a dobradinha) o Rally Paris-Dakar em 1986, sendo a Porsche a única montadora a vencer todos os tipos de corridas e campeonatos dos quais participou.
 
Porsche 959

 
Em 1988, o designer de automóveis Anísio Campos criou uma escola de projetistas e pediu a seus alunos que promovessem alterações no desenho do Fusca. Um dos adolescentes era André Cintra, de 15 anos, verdadeiro maníaco por Porsche a ponto de manter a foto do modelo 959 na cabeceira da cama. Foi olhando para a foto que ele elaborou a alteração campeã: transformar Fusca em Porsche. Estava nascendo o Cintra 959.
 

 
Durante o curso de desenho de automóveis, André Cintra fez os esboços do Fusca-Porsche, com esquema de montagem. Segundo Anísio Campos declarou na época, "o projeto Cintra é uma proposta ágil por tratar-se de um kit de transformação de carroceria, adaptando a genialidade de Ferdinand Porsche em dois de seus mais conhecidos projetos: o 959 e o tradicional Fusquinha.
 
O projeto é de produção viável, não dependendo de grandes investimentos financeiros". Com as palavras do mestre servindo de incentivo, aos 19 anos André decidiu ir mais além e adquiriu um Fusca 1985 para servir de cobaia. Fez vários experimentos com massa e fibra durante mais de um ano até que os moldes ficassem prontos.
 
O Cintra 959 era feito artesanalmente com os recursos da época. Inicialmente eram retirados os pára-lamas e os capôs do Fusca original. A carroceria era formada por três peças de fibra de vidro coladas sobre a estrutura que restou do Fusca. Detalhes como espelhos retrovisores e faróis eram de carros da época. Já a lanterna traseira eram originais de Porsche 911, enquanto as rodas eram réplicas das usadas nos Porsches. O interior recebia apenas bancos Recaro de couro. De sua “fábrica” saíram três unidades, todas com motor 1.8 Turbo.
 


 
 
 

Matéria: Von Dutch XAVW

Recentemente ao assistir o programa “Caçadores de Relíquias” do canal History, acabei descobrindo que não foi exclusividade de brasileiro a idéia de usar motor VW boxer “a ar” em motocicletas, como nas lendárias motos Amazonas fabricadas no Brasil no final dos anos 70.
 
O programa exibido hoje (15/02/2014) mostrou a criação de um americano chamado Von Dutch, que no final da década de 60 desenvolveu aquilo que seria a primeira motocicleta impulsionada por um motor VW a ar. Estou falando da Von Dutch XAVW.
 
Von Dutch


 
Von Dutch ficou conhecido por personalizar de forma artesanal, carros e motos usando a técnica do pinstripes (pintura em filete de tinta, similar a um risco), embora também fosse mecânico de motocicletas. Com tanta habilidade resolveu, por volta de 1966, a partir do zero, construir uma motocicleta sob encomenda: a raríssima XAVW Von Dutch.
 
Pinstripes

 
Percebendo a suavidade inerente e o baixo centro de gravidade que um motor de quatro cilindros opostos pode oferecer a uma motocicleta deu-se início a construção da sua moto. Enquanto os outros usavam chassis ​​BMW em seus projetos, Von Dutch trabalhou em torno de uma Harley-Davidson XA 1941.
 
A "XA” foi um projeto solicitado a Harley-Davidson, pelo governo dos Estados Unidos, que queria uma motocicleta durável e de baixa manutenção, capaz de atuar nas areias do Norte da África durante a Segunda Guerra Mundial.
 
Von Dutch inicia o processo de fabricação com a substituição do motor. Para adaptação foram feitas algumas mudanças no chassis de forma que comportasse todo conjunto motriz da Volkswagen. A suspensão dianteira na XA é original de duas polegadas alongada da Harley springer, então Von Dutch instalou um garfo hidráulico Guzzi 1951 além do farol, guidom e pára-lama. Completam o design as rodas de 18 polegadas e os silenciadores que parecem ser de uma Triumph.
 



 
As 74 polegadas cúbicas (1200 cc do motor VW) rendem 36 cv, um considerável ganho de potencia em relação às 45 polegadas cúbicas do motor original da XA. Von Dutch ainda poderia facilmente ter envenenado o motor VW, ou mesmo trocado por um motor Porsche.
 

 
A obra-prima não seria completa sem um tratamento gráfico do próprio Von Dutch. O tanque herdado da Honda CB450 foi pintado em dois tons e o restante do conjunto com detalhes em risca de giz vermelho sobre o acabamento em preto.
 




 
Facilmente se vê que não é uma moto de produção, logo de cara nota-se o emblema da VW no tanque. Sem falar em alguns detalhes como a localização do radiador e bateria.
 
Atualmente a Von Dutch XAVW encontra-se em exposição no Museu Nacional de Motos em Anamosa, Iowa.
 



 
 
Fonte: http://www.bikernet.com/pages/VON_DUTCHS_XAVW_MOTORCYCLE.aspx