Nas semanas seguintes comecei a
procura por uma oficina onde pudesse realizar o reparo no assoalho. Bati em
várias portas e acabei constatando uma triste realidade que é a “falta de
vontade”, de muitos donos de oficina em querer realizar esse serviço num Fusca.
A procura continuou por mais um mês até que descobri a Oficina C3, uma oficina onde o
forte é o atendimento a seguradoras. Entrei meio acanhado com meu Kinha
num lugar onde o veículo mais velho deveria ter no máximo 5 anos de uso.
Procurei pelo responsável, Gilsimar, e perguntei se ele faria o serviço. Pelo
que o informei, ele disse que faria, porém, me alertou falando que geralmente
ao trocar o assoalho, é comum as caixas de ar e os pés de coluna estarem
comprometidos. O orçamento da mão-de-obra ficaria em 2 mil com a troca de tudo caso devesse. Disse que eu poderia ir pagando até o serviço ficar pronto, o que
durou 8 meses.
Bom, ali mesmo deixei as chaves e dei
sinal verde para que fizesse o reparo. No dia seguinte veio o veredito! Teria
que trocar tudo conforme ele previu. Diante disso, dei uma passada lá para
averiguar isso direitinho, e para minha surpresa e triste realidade, eu havia
adquirido um veículo bem “maquiado” que escondia muitos podres. Como agora já era tarde, comecei a compra das peças.
O tempo foi passando e novas
“surpresas desagradáveis" foram surgindo. Certo dia, recebi a ligação do
Gilsimar me chamado à oficina para mostrar uma coisa. Chegando lá, ele disse
que o cabeçote e a meia cangalha deveriam ser trocados, por estarem podres.
Nossa! O que mais ainda faltava por vir. Isso sem falar num pequeno acréscimo
na mão-de-obra.
Desde quando deixei o Kinha para
reforma, dia 01 de julho, quase que diariamente, eu dava uma passadinha para
acompanhar a evolução do serviço e tirar muitas fotos do que estava sendo
feito. Durante essas visitas, fui conhecendo pessoas que com o passar do tempo
viraram colegas como o lanterneiro e soldador Sergio, o mecânico Daniel, o
polidor e o responsável pela montagem do carro ao final do serviço. Pessoas que
sempre me deram muita atenção, além de tratarem meu carrinho como muito capricho e carinho, afinal de contas, era o único “idoso” no
recinto.
Em uma de minhas visitas, indaguei ao
Daniel se seria necessário trocar o chicote elétrico, pois o atual havia sido
removido e estava bem feio, com muitos remendos. A resposta foi que sim, mas
que não precisava comprar de imediato, pois a parte elétrica seria a última. Como
me conheço, tratei logo de encontrar um na internet, o que não foi difícil.
Com a compra do chicote, surgiu um
outro problema que foi encontrar um eletricista para instalá-lo (a C3 não
faz elétrica) no local e que cobrasse um preço justo. Procurei bastante e os
poucos que encontrei cobravam entre R$ 400,00 e R$ 600,00 pela instalação. Foi
quando certo dia, passando por uma auto-elétrica resolvi entrar para saber se
ali meu problema seria resolvido. Bom, fiquei sabendo do Lima, o dono, que
ele estava naquele ponto há pouco tempo e que como o movimento ali estava
fraco, daria para ele se ausentar por uns instantes e fazer serviço por R$
200,00 na oficina onde estava o Kinha. Fechado!!! Aproveitei então e substitui
a chave de seta, a cx. de fusíveis, os fusíveis e a velha bateria de 45 por
outra de 60Ah.
Os meses foram se passando e um dia
perguntei ao Gilsimar quanto me cobraria para pintar todo o carro, ao invés das
partes queimadas pela solda. Ele disse que ficaria em 5 mil, mas como notou que
eu não queria o carro para revender e sim para meu uso, me propôs um pacote
(toda lanternagem e pintura) por 5 mil. Como ainda estava dentro do meu
orçamento, autorizei o serviço.
Durante esse tempo, o Kinha acabou virando meu xodó. Apaguei seu passado e a forma como foi tratado pelos seus antigos
proprietários. Dali pra frente o papo seria outro, eu irei cuidar dele da mesma
forma como trato meu outro carro, principalmente no que diz respeito à
manutenção preventiva e os cuidado com a maresia para evitar a ferrugem. E por
falar em xodó, parece até que carro tem “sentimento”, “ciúmes” ou “birra”. Digo
por que assim que comprei o Kinha, eu passei a deixá-lo na garagem do prédio
que é coberta, enquanto meu outro carro, que tem alarme e seguro, passou a
dormir na rua. Pois bem, certo dia ao sair para o trabalho, o carro estava
com o pneu vazio! Aquilo só pode ter sido birra por ter passado a dormir do
lado de fora de casa... rs
Bom, voltando à oficina, aqui vai um
pequeno resumo do que foi trocado durante a reforma do Kinha:
- 4 para lamas;
- 2 assoalhos;
- 2 caixas de ar;
- 2 pés de coluna;
- meia cangalha;
- conjunto montado do chassi (cabeçote
+ chapéu de Napoleão);
- porta do lado esquerdo;
- tanque de combustível.
E como diz um velho ditado. “o que é
um pum para quem já esta borrado”. Aproveitei e troquei os dois pára-choques
cromados que estavam um pouco amassados por dois novos a serem pintados. Com
isso, 50% da lataria estava trocada, com exceção da porta do carona, capô
dianteiro e a tampa do motor.
Bom, achei que os problemas haviam
acabado por ai, mas nada disso! No decorrer da reforma foram surgindo novas “coisinhas”
que também precisariam ser resolvidas com o tempo, mas como o carro estava
literalmente todo desmontado, aproveitei a ocasião e fui trocando logo (não me
cobraram nada pelos serviços extras):
- reparo das fissuras do eixo
dianteiro;
- reparo no capô dianteiro;
- instalação do cilindro mestre (duplo
circuito);
- instalação do interruptor de luz de
freio para cilindro mestre (2 peças);
- instalação do cotovelo de escoamento
da cx. coletora de água;
- instalação do quebra-vento direito;
- instalação de 4 pivôs, novos, da
suspensão;
- instalação de 4 ponteiras
(terminais), novas, da barra de direção;
- instalação de 2 amortecedores
traseiros novos;
- instalação de nova linha de
combustível. A antiga era uma mangueira "tipo cristal” passando por dentro do túnel.
Agora é um “tubo de cobre” de 1/4 de polegada;
- instalação de coifas novas;
- instalação de mangueira de "injeção
eletrônica" para o motor. As anteriores eram do "tipo cristal”;
- instalação de nova tampa do
distribuidor;
- instalação de novos filtros de
gasolina e de ar;
- instalação de novo cabos de
vela;
- instalação de novos cabos de embreagem e acelerador.
Só uma observação quanto ao cabo do acelerador, pois este que adquiri só é vendido pela internet. O vendedor mora em Belo Horizonte e o fabrica de maneira artesanal. Esse cabo tem o dobro da espessura (maior quantidade de fios trançados) que os convencionais, além de possuir em toda sua extensão, uma capa plástica que reduz o atrito dentro do conduíte tornando o pedal mais macio. Segundo o fabricante, esse cabo tem garantia de 10 anos e custa 95 reais.
Só uma observação quanto ao cabo do acelerador, pois este que adquiri só é vendido pela internet. O vendedor mora em Belo Horizonte e o fabrica de maneira artesanal. Esse cabo tem o dobro da espessura (maior quantidade de fios trançados) que os convencionais, além de possuir em toda sua extensão, uma capa plástica que reduz o atrito dentro do conduíte tornando o pedal mais macio. Segundo o fabricante, esse cabo tem garantia de 10 anos e custa 95 reais.
Isso fora outros detalhes que não
demandavam muita urgência tipo:
- 2 pneus diagonais novos (Firestone
5.60 R15);
- novas borrachas de vedação dos
vidros;
- nova borracha de vedação do assoalho;
- novas lanternas traseiras;
- novos aros dos faróis;
- novas lentes das luzes direcionais;
- novos retrovisores externos;
- novas palhetas do limpador de
pára-brisas;
- novo porta luvas.
Como o Kinha estava com o motor bom,
segundo o Daniel, não foi necessário dar uma geral interna nele, apenas trocar
o óleo do cárter já era o suficiente, ainda bem... rsrs
Gosto demais de fusca, inclusive tenho um. Mas Deus me livre de um fusca desses com tantos problemas. É um investimento que não sei se vale a pena...
ResponderExcluirPois é, infelizmente não tive escolha, graças a Deus tinha umas economias para momentos como esse, mas confesso que pensei muito em desistir e vender o carro.
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