Matéria
interessante, publicada no FlatOut,
sobre o Salzburg Beetle, um Fusca preparado pela Porsche para disputar rally. Mais uma prova da versatilidade e
resistência desse carrinho.
Vamos
lá...
Conheça a história do Salzburg Beetle,
um dos Fuscas mais incríveis já feitos
Como
você sabe, a Porsche praticamente nasceu da Volkswagen. Os primeiros 356, por
exemplo, usavam vários componentes do Käfer em sua construção — incluindo o
bloco do motor e partes da suspensão.
Essa
relação de parentesco tão próxima fez com que os esportivos de Stuttgart se
tornassem uma inspiração recorrente para muita gente modificar e preparar seus
Fuscas. Até mesmo a Porsche da Áustria (que era ligada diretamente à fábrica)
recorreu aos laços de família quando eles decidiram participar do circuito de
ralis na década de 1970.
A
investida da Porsche Salzburg no automobilismo começou na década de 1960,
quando eles decidiram criar uma divisão de competições para disputar os
campeonatos de Fórmula Vee. Os carros, conhecidos como Austro Vees, logo se
tornaram bem-sucedidos e venceram praticamente todos os campeonatos locais que
disputaram.
Em
1970 eles partiram para os esporte-protótipos, vencendo os campeonatos do Grupo
5 e do Grupo 6 com os Porsche 908 e 917. A consagração veio em 1970, quando Hans
Hermann e Richard Attwood venceram as 24
Horas de Le Mans de 1970 com o 917 da equipe.
Apesar
da vitória, a Porsche Salzburg decidiu mudar de direção, e em 1971, eles saíram
do asfalto para levantar poeira nos ralis europeus. Nessa mudança eles
curiosamente abandonaram os esportivos da Porsche e acabaram criando um dos
Fuscas mais incríveis já feitos: o Salzburg Beetle.
O
Salzburg Beetle era bem diferente dos 1302 e 1303 que se encontrava nas lojas
da época — e também dos nossos Fuscas brasileiros. O motor era o mesmo 1.600
que teríamos por aqui a partir de 1974, mas com uma forte preparação eles
produziam 129 cv a 6.000 rpm, embora o torque fosse de apenas 13,6 mkgf.
Curioso
para saber como esses caras fizeram para extrair quase 130 cv do modesto 1.600?
Pegue um caderno e vá anotando a receita, porque depois de ler este post você
vai querer fazer um Fusca igual a este.
Começando
pela admissão, ele recebeu coletores de alumínio mais curtos e um par de
carburadores Solex 40 (que depois foram trocados por dois Weber 46). As
válvulas de 35,5 mm
foram substituídas por maiores, de 40 mm . O cabeçote teve 1 mm de metal removido da sua
base, e as câmaras de combustão foram modificadas, assumindo um perfil
semi-hemisférico. Como resultado a a queima de combustível foi sensivelmente
otimizada, e a taxa de compressão aumentou de 7,1 para 9,1:1.
No
interior do motor, virabrequim e volante foram apenas balanceados, e o comando
de válvulas tinha 1,8 mm
a mais de levante e 320º de tempo de abertura. A lubrificação é feita por
cárter seco, e usa a bomba original para alimentar o sistema a partir de um
reservatório posicionado no para-lama traseiro esquerdo e há uma segunda bomba
para tirar o óleo do cárter seco e devolvê-lo ao reservatório. O radiador de
óleo veio do Porsche 908 (!) e foi instalado na dianteira, logo abaixo do
para-choque. Para proteger o motor e o sistema de lubrificação, há uma placa de
proteção sob a parte central do chassi:
Ao
ler tudo isso você já deve estar imaginando algum tipo de escape
ultra-especial, mas na verdade ele usava o sistema original, apenas com o miolo
dos abafadores removido, o que garantia um ronco bem diferente daquele que você
está acostumado a ouvir em
um Fusca.
Como
você deve saber, o Fusca 1302/1303 é basicamente uma segunda geração do Fusca
que tivemos por aqui, com vários aperfeiçoamentos mecânicos, e por isso não foi
preciso fazer alterações significativas na suspensão. Bastou a adoção de um
ângulo de câmber negativo (meio grau) e novos amortecedores Bilstein. Os freios
a disco também eram originais e as rodas de 15 polegadas tinham
tala 5″ e calçavam pneus 155 na dianteira e 165 na traseira.
Com
essa receita os carros disputaram praticamente todo o circuito europeu de ralis
entre 1971 e 1973, vencendo o campeonato austríaco em 1972, e os ralis Janner,
Elba e Acropolis em 1973.
A
Porsche Salzburg havia feito vários planos para a temporada de 1974, dentre os
quais uma produção limitada dos seus Fusca de rali, mas com a Crise do Petróleo
de 1973 e a chegada do novo Volkswagen Golf os planos acabaram cancelados.
Fonte:
http://www.flatout.com.br/conheca-historia-salzburg-beetle-um-dos-fuscas-mais-incriveis-ja-feitos/
http://www.flatout.com.br/conheca-historia-salzburg-beetle-um-dos-fuscas-mais-incriveis-ja-feitos/
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