Em
1965 o governo criou uma linha especial de crédito, Caixa Econômica
Federal, com prazo de 48 meses e taxas de juros especiais. Esse
financiamento era destinado a compra de veículos novos desde que estes fossem baratos, ou seja, despojados de vários equipamentos de série encontrados nos carros de produção
normal. Para aproveitar esse filão, cada fabricante logo tratou de
preparar seu "popular". Assim surgiram o DKW Pracinha, Simca
Profissional e Willys Teimoso.
Não querendo ficar de fora da disputa, e perder essa fatia do mercado, a aposta da
Volkswagen foi pegar o Fusca, sucesso de vendas na época, e depená-lo ao máximo.
Para baratear o custo de produção tinha somente o essencial para colocar o
carro em movimento dentro da legislação vigente. Nasce assim o “Pé de Boi”.
Externamente
ele não possuía frisos, piscas dianteiros, nem emblemas VW no capô dianteiro e em
vez de cromados, os aros dos faróis, calotas e para-choques (que perderam o
chamado “poleiro”) exibiam pintura branca. Entre as cores, só havia duas opções:
cinza claro e azul pastel.
Internamente
faltava-lhe quase tudo: não tinha tampa do porta luvas, grade do alto-falante
do rádio, alça de apoio, cinzeiro, nem instrumento medidor de combustível (que
era substituído por uma escala de madeira). Os bancos tinham forração mais
simples e o encosto não oferecia regulagem, as portas vinham descanso de
braço e porta-objetos, o acelerador não tinha capa de borracha, também não
havia para-sol nem iluminação interna, os vidros traseiros eram fixos e o macaco
vinha solto no porta malas.
Contudo, tanto o modelo da Volkswagen como o da Willys, Simca e DKW acabaram por não seduzirem o público. Prova disso é que era comum o próprio comprador ir equipando seu veículo no decorrer do tempo. A ideia do carro popular só caiu no gosto do consumidor em 1990 com a chegada do Uno Mille.
Destaques
da concorrência:
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Willys Teimoso: Não tinha lanternas traseiras (apenas a luz de placa com uma
seção em vermelho), nem mesmo os frisos nas laterais, revestimentos e luz
interna. Supriram-lhe as calotas, o cromado dos pára-choques e dos aros dos
faróis, a tampa do porta-luvas, os marcadores de temperatura e combustível e o
afogador automático do carburador.
-
Simca Profissional: Esse visava mais aos motoristas de praça (taxistas). Ele vinha sem os cromados externos, pára-sol do passageiro, as portas eram revestidas em Eucatex, usadas para cobrir o interior dos ônibus e o porta-malas não era revestido. No painel, não havia orifício para rádio, ventilação interna e nem tampa do porta-luvas. Os para-choques eram pintados na cor escura e vinham sem as "garras protetoras". O aro da buzina passou a ser pintado ao invés de cromado. O estofamento era em plástico vermelho escuro. O motor não contava com o radiador de óleo e nem regulador manual de ignição. O modelo era oferecido nas cores amarelo ovo, verde limão e branco.
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DKW Pracinha: Aqui foram todos os cromados, frisos, calotas, tapetes, tampa do
porta-luvas, vidros laterais traseiros corrediços, luz interna e até o lugar do
rádio. O banco dianteiro inteiriço só podia ser ajustado pelo encaixe nos
trilhos, um incômodo para motoristas com estatura diferente. A porta traseira
era inteiriça, em vez da bipartida (superior e inferior) e abria-se
lateralmente. No motor, desaparecia o sistema de lubrificação Lubrimat (em motores
de dois tempos o óleo lubrificante é adicionado à gasolina). As luzes de
direção piscavam apenas na traseira e não existia o esguichador no pára-brisa. De
tão despojado que era foi apelidado de “carro de mendigo”.
Matérias:
Fonte:
http://bestcars.uol.com.br/artigos/populares-1.htm
O apelido pé de boi não era devido ao parabrisa traseiro ser bipartido ficando semelhante a uma pata de boi ?
ResponderExcluirNão. Era por ser muito despojado e simples.
ExcluirPor que nessa época o Fusca não usava mais o vidro traseira partido.
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