sábado, 14 de junho de 2014

Matéria: A Copa dos 25 Fuscas

 
Em mês de Copa do Mundo, veio na memória um episódio que meu saudoso pai certa vez me contou. Só sei que envolvia a entrega de Fuscas aos os campeões da Copa de 70.
 
Bom, vamos lá. O ano era 1970, após realização da Copa do Mundo sediada no México. Vale lembrar que nesta época o Brasil vivia uma ditadura militar. Enquanto o povo delirava com os gols. Nas celas, presos eram torturados, mortos e desaparecidos.
 
 
Nas rádios, o hino da copa ecoava com grande sucesso para os noventa milhões de brasileiros: “Pra frente Brasil!
 
“Noventa milhões em ação
Pra frente, Brasil
Do meu coração
 
Todos juntos vamos
Pra frente, Brasil
Salve a Seleção!
 
De repente é aquela corrente pra frente
Parece que todo o Brasil deu a mão
Todos ligados na mesma emoção
Tudo é um só coração!
 
Todos juntos vamos
Pra frente Brasil, Brasil
Salve a Seleção!
 
Todos juntos vamos
Pra frente Brasil, Brasil
Salve a Seleção!”
 
No dia 21 de junho, o time brasileiro acabara de experimentar a vitória, por 4x1, sobre o time da Itália, numa das partidas mais emocionantes da história do futebol brasileiro, tornando-se então a seleção tricampeã mundial.
 
 
Enquanto isso, aqui em terras tupiniquins, o povo assistia em cores o capitão da seleção, Carlos Alberto Torres, erguer a taça Jules Rimet, um troféu com quase quatro quilos de ouro que em 1983 foi roubado e derretido.
 
 
Na volta ao Brasil, a seleção era recebida pelo então presidente Emílio Garrastazu Médici. O general ergueu vitorioso a taça. Com forte cobertura na mídia, a vitória da seleção foi usada como instrumento de propaganda do regime militar.
 
 
Em São Paulo, o então Prefeito Paulo Maluf, também querendo tirar proveito da popularidade da seleção, resolveu no dia 20 de julho, presentear com 25 Fusca, zero quilômetro e pintados na cor verde, os 22 jogadores, o técnico Mario Lobo Zagalo, o preparador físico Admildo Chirol e o massagista Mario Américo. Coqueluche da indústria nacional da época, esses Fuscas custaram CR$ 315.000,00 aos cofres públicos ou cerca 600 mil reais em valores atuais.

Propaganda de época.

Maluf com Rivellino e Pelé na entrega dos automóveis aos jogadores.
 


 
Esse fato rendeu a Maluf um longo processo judicial, sob acusação de ter lesado o erário. Condenado a devolver o dinheiro em 1974, Maluf recorreu, mas foi condenado em 1981 pelo STF, que considerou que a doação não atendia ao requisito do interesse social para poder ser bancada pelos cofres públicos.
 
O então governador depositou o dinheiro em juízo, mas recorreu novamente ao STF em 1983. Em 1995, o Supremo acolheu ação rescisória do prefeito solicitando o reconhecimento da constitucionalidade da lei que autorizou a doação, anulando assim a condenação.
 

Fonte: Internet

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