quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Chuva no Espírito Santo


Desde que cheguei de Teófilo Otoni, o Kinha só saiu da garagem para um breve passeio numa nublada tarde de domingo, 8 de dezembro. Ainda bem que nesse dia São Pedro deu um descanso e não mandou chuva. Consegui curtir um pouco meu xodó. Tudo bem que tentei dar a partida 11 vezes, na décima vez, a carga da bateria já estava quase no fim, sendo um milagre o motor pegar na última tentativa. Depois foi só deixar o motor “esquentar” um pouco e sai para o passeio.
 
Após esse dia, o bicho pegou! As chuvas que já caíam no Espírito Santo desde o começo do mês, intensificaram nas últimas semanas, inundando diversos bairros do Município de Vila Velha, inclusive onde resido, o que me impossibilitou de curtir o meu carrinho.

As chuvas provocaram inundações e enxurradas em diversos municípios e em toda a Grande Vitória. O Governo Federal decretou situação de emergência, a Força Nacional de Segurança já esta no Estado para ajudar as vítimas da chuva.
 
 

 

Bom, espero que Deus tenha piedade do povo capixaba e não mande mais água. Enquanto isso vamos aguardando as “providências divinas”, torcendo para que tudo isso acabe e as vítimas consigam reconstruir suas vidas. Graças a Deus eu e meus familiares estamos protegidos, inclusive o Kinha, lógico! Não vejo a hora de dar um trato nele tipo: lavar, encerar e dar aquela voltinha básica. Mas com esse dilúvio sem chance de sair.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Viagem para Teófilo Otoni/MG

"O Senhor guardará você de todo perigo; Ele protegerá a sua vida." Salmos 121:7


A Ida (25 de Outubro)

Bom, chegou o tão esperado momento de botar o Kinha na estrada para fazer sua primeira viagem desde que o adquiri.  Há tempo eu já pensava em fazer isso, mas confesso que tinha medo dele me deixar na mão em plena rodovia, mas tudo bem, agora é a hora e o destino é Teófilo Otoni-MG, cuja sede municipal fica a 319 metros de altitude. O motivo para subir a serra? Visitar a parentada: meu avô de 99 anos, primos, tios, etc...

Rota
A ocasião me fez recordar os tempos de criança, final dos anos 70, onde eu, meu irmão e meus pais percorríamos cerca de 1.892 km, de Coxim-MS para Teófilo Otoni, numa Brasilia para visitá-los. Boas lembranças... mas voltando a realidade... ano passado eu havia ido lá num outro carro, fazendo o mesmo percurso em 8h com uma parada e mantendo uma velocidade de cruzeiro na casa dos 110km/h. Agora chegou a vez de ir com o Kinha. O carro foi todo revisado: pneus, suspensão, freios, mecânica, parte elétrica, enfim, tudo em ordem!
Na véspera da viagem arrumei minhas coisas. Levei apenas uma sacola com algumas mudas de roupa, um velho notebook, minha inseparável câmera digital e a recém comprada GoPro Hero3 para registrar a aventura, isso sem deixar de mencionar o “kit de sobrevivência”, ou seja, algumas ferramentas e peças para o caso de algum imprevisto. Bom, dei uma revisada no trajeto e fui dormir para acordar bem cedo, afinal de contas, a viagem seria um pouco longa (calculo 10h para percorrer 497 km) e ainda precisaria evitar o tráfego normalmente intenso no trecho da BR-101.
Acordei às 4h30min, tomei um banho, fiz um lanche rápido e peguei as coisas. A caranga estava na casa da minha mãe e quando lá cheguei fui logo “embarcando” a bagagem e instando a GoPro. Configurei o Sistema de Posicionamento Global, vulgo GPS, dei a partida, às 5h30min, para início da aventura abordo do Kinha.
Ao cruzar a 3ª Ponte (que dá acesso à Vitória) fiz um parada para abastecimento num Posto Shell, onde completei o tanque com 25,50 litros (gasolina aditivada V-Power). Agora sim, pé na estrada para pegar a rodovia ouvindo uma trilha sonora perfeita para espantar o cansaço e curtir a viagem.
BR-101, na saída do município de Serra, ainda com pouco tráfego.

Passar disso, no plano, foi tarefa difícil... rs
Embora relativamente cedo, ainda peguei um pouco de tráfego entre o município de Serra e João Neiva, nada de estranho em se tratando da sempre movimentada BR-101. Por outro lado, trafegando pela BR-259, na altura do município de João Neiva em diante o percurso foi mais tranquilo.
Próximo a Fundão, uma bela visão das montanhas.

Mosteiro Zen Budista em Ibiraçu.

Aos poucos o movimento vai começando, mas ainda estava cedo... rs

Paisagens...


Eu também. Faço essa viagem, para estar mais "próximo" dele.
Apesar de ter lido relatos a respeito de viagens num Fusca, é só sentindo na pele para saber como ele se comporta na rodovia. De início tratei de não abusar da velocidade (como se desse... rs), ficando esperto nas curvas devido à tendência de sair de traseira, normal em carros com tração traseira, ainda mais se estiver usando pneus finos, que é o meu caso. Isso se dá porque no Fusca, todo o seu peso fica na parte de trás, ou seja, motor e câmbio ficam nesse lado da carroceria, e para piorar, ainda tem a tração traseira e os pneus finos que geram um “efeito pêndulo” nas curvas.
Preocupação do fabricante de elevadores ao erguer um Fusca.
Voltando à rodovia... pé embaixo, mas na maciota, com média de 70 a 80km/h, despejando assim toda cavalaria do pequeno motor boxer de 46 cv.  E foi nesse ritmo que por muitas vezes estive “seguindo” caminhões e ônibus, pois o motor não tinha “potência” para ultrapassá-los, mas quando pintava uma oportunidade na subida da serra, eu os deixava para trás e ainda ganhava uma distância. Creio que a potência tenha sido afetada pelo carburador Solex H-30 Pics e nova giclagem que visam mais economia e menos potência. 

Pé embaixo... rs

Chegando em João Neiva para pegar a BR-259.


Viajar pela BR-259 é uma maravilha...




Trafegando pelo perímetro urbano de Colatina, me deparei com algumas lombadas e num pequeno momento de distração precisei frear bruscamente o Kinha (veja o vídeo em 1:00) para passar, com segurança, por uma delas. Por causa dessa freada, a tampa do chiqueirinho com os alto-falantes acabou se soltando me obrigando, às 8h em ponto, a realizar a primeira parada num posto às margens da rodovia, ocasião onde aproveitei para colocar a tampa no lugar e ir ao banheiro.
Chegando em Colatina.

Primeira parada. Aproveitei para recolocar a tampa do chiqueirinho... rs

 



Passado algum tempo segui em frente, curtindo minhas músicas, às vezes apenas o barulho do motor quando às 9h cheguei ao município de Aimorés, divisa com MG (o hodômetro marcava 28.642). A BR-259 passa por dentro da cidade, margeando a Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM). Esse trecho foi demorado para percorrer devido, primeiramente, às inúmeras lombadas e as curvas que dificultavam a circulação de carretas e bi-trens que estavam na minha frente. Tive oportunidade de ultrapassá-los, porém, não me atrevi porque logo depois, certamente, eu os veria embalados “crescendo” no meu retrovisor... rsrs



Olha um coleguinha do Kinha... rs


Tive que seguir essas duas carretas por muito tempo... rs


Divisa com Minas Gerais.

Aimorés à vista!

Do lado direito a EFVM, à frente as carretas e uma infinidade de lombadas.
De volta à viagem e acumulando alguns quilômetros, chegou o momento de fazer o segundo “pit stop”, agora em território mineiro, na cidade de Resplendor. Era 10h quando avistei um posto de gasolina com uma lanchonete as margens da rodovia, foi a oportunidade para fazer um rápido lanche, além lógico, de dar um fôlego ao motor de 1300 cilindradas do Kinha. O critério que passeia adotar após a primeira parada seria de realizar paradas de aproximadamente 15 minutos a cada duas horas dirigindo.




Ponte sobre o Rio Doce em Resplendor.

Segunda parada...



Retornando à pista e mais confiante no Kinha, fui seguindo meu caminho em direção a Teófilo Otoni. Ao passo que avançava no trajeto, começavam surgir (com mais frequência) aquelas placas informando os “destinos e os quilômetros restantes” para algumas localidades. Após algum tempo rodando notei que estava perto de Governador Valadares. Um detalhe a ser mencionado é que para pegar a BR-116, ao sair da BR-259, é necessário entrar na cidade, o que me tomou uns 15 minutos. Para complicar, o caminho não era bem sinalizado por placas e meu GPS, embora atualizado, indicava um trajeto que não correspondia a realidade.








Como já era meio-dia e o mostrador de gasolina indicava que o tanque estava pela metade, tratei de encontrar um posto onde também pudesse almoçar (o que foi fácil). Logo à frente avistei um da Petrobras onde pude completar o tanque com 24,60 litros (gasolina comum). O legal é que nesse posto havia um fusquinha branco, antigo “meio largado” num canto, aproveitei e estacionei o Kinha ao lado dele enquanto almoçava e depois fiquei namorando ele um pouco... rs
Rio Doce.



Essa ponte fica em Governador Valadares.

Olha o que encontrei?


Deixei os dois batendo um papo enquanto fui almoçar... rs

Me perdi "tentando" encontrar a saída para BR-116.

Ufa! Agora sim.
Quase uma hora depois, era preciso voltar à direção e percorrer os 138 quilômetros restantes para completar o percurso. Por falar nisso, ele estava chegando ao fim e somente dois fusquinhas, um branco e outro bege, eu pude ver rodando ao longo do caminho. Isso me fez lembrar de uma Brasília, o primeiro carro do meu saudoso pai, que se estivesse vivo certamente estaria ao meu lado contando suas histórias de vida, não vendo a hora para rever seu, quase centenário, pai, irmãos, irmãs e sobrinhos.
Agora é questão de minutos para chegada.

Emoção em sentir o Kinha despejar seus 46 cv em pleno retão... rsrs 


Estou chegando galera... rs
Enfim, depois de nove horas dirigindo, percorrendo os 490 quilômetros que separam Vila Velha do meu destino, o relógio marcava 14:45 quando entrei no perímetro urbano de Teófilo Otoni. Em menos de 20 minutos já estava no pé da ladeira onde fica a casa do meu avô. Parei o Kinha, engatei a primeira e comecei a subida, porém, não entrei logo na casa dele e sim, percorri mais 50 metros e adentrei na rua onde mora meu Tio, que por coincidência, estava na garagem de sua casa. A entrada na rua do meu tio é justificada, pois assim é só dar marcha-ré e descer, tornando mais fácil o acesso à garagem do vô do que tentar entrar de subida.


Diz a placa: "Teófilo Otoni capital mundial das pedras preciosas e dos valores humanos".

Foto tirada do muro da casa do vô. Agora imagina o Kinha subindo a ladeira... rsrs 

À direita do carro prata fica a rua onde meu tio mora.

Agora um merecido descanso.



Resumo:
Saída: Vila Velha/ES
Km: 28.455
Horário: 5:30
Pedágio: R$ 0,80

Parada: Abastecimento
Localidade: Vitória/ES
Km: 28.464
Horário: 6h
Valor do litro: 3,04 (gas. aditivada Shell V-Power)
Litros abastecidos: 25,50
Valor pago: 77,50

Parada: Descanso
Localidade: Colatina/ES
Km: 28.596
Horário: 8h

Parada: Descanso + Lanche
Localidade: Resplendor/MG
Km: 28.683
Horário: 10h
Alimentação: 7,00

Parada: Abastecimento + Almoço
Localidade: Gov. Valadares/MG
Km: 28.801
Horário: 12h
Valor do litro: 2,94 (gas. comum - Petrobrás)
Litros abastecidos: 24,60
Valor pago: 72,32
Alimentação: 15,00

Chegada: Teófilo Otoni/MG
Km: 28.944
Horário: 14:50


Duração da viagem: 9h
Quilômetros percorridos: 490
Velocidade média: 75 km/h
Consumo médio: 13 km/l



A Volta (05 de Novembro)

Terça feira 04 de novembro, levantei, acordei minhas tias, tomei um iogurte e fui despedir do meu avô. Coitado, tiveram que acordá-lo para dar-me a benção. Rapidamente terminei de colocar o resto das coisas no kinha enquanto minhas tias, ainda de camisola, me aguardavam na varanda para despedida definitiva... rs
O relógio marcava 5:30 quando dei a partida e começei a descer a garagem do meu avô para encarar 9 horas de estrada na volta para casa. Na ocasião ainda estava meio escuro, mas aos poucos o céu foi azulando. O dia começou meio fechado com pouca neblina, parecia que ia chover, mas lá pelas 8h o tempo começou a limpar até abrir um sol de rachar.
Logo de início me confundi um pouco para achar a saída da cidade, mas nada que voltando uns 2 km para pegar o sentido da Rio-Bahia (trecho da BR-116 que atravessa o território mineiro) e começar a aventura. No trajeto que vai Teófilo Otoni até Governador Valadares, a rodovia estava tranquila com pouca movimentação de caminhões. Como tudo transcorreu bem na ida, decidi forçar o Kinha um pouco mais. Ao invés de manter a velocidade na casa dos 70/80 km/h, resolvi colocar um pouco mais de pressão no acelerador fazendo o ponteiro do velocímetro ficar entre 80/90 km/h.
Fazendo o caminho de volta pela Rio-Bahia (BR-116).



O clima estava meio friozinho, até gostoso para um início de viagem. Durante o percurso fui passando por alguns distritos, fazendas, além de avistar algumas cadeias de montanhas nos pontos mais alto da pista, muito bonito mesmo. No caminho para Valadares, a estrada é bem conservada com muitos "retões" e pouco tráfego, em alguns momentos deu para andar a 95 km/h, mas sem abusar muito... rs
Pedra da Boca.

Olhe as montanhas ao fundo.


Num desses "retões" alcancei 95 km/h... rsrs



Chegando a Governador Valadares, resolvi fazer o primeiro “pit stop” num posto de gasolina. Uma merecida pausa para o meu descanso e do Kinha, afinal, ninguém é de ferro. Essa parada já foi na BR-259, rodovia federal que interliga o estado do Espírito Santo a Minas Gerais (no Espírito Santo ela termina na altura do município de João Neiva).




Aqui começa a BR-259.


Primeiro "pit stop" do guerreiro.
Embora sendo uma rodovia federal, a 259 é muito boa para trafegar, o único porém é que nela há pouquíssimos postos de abastecimento. Outra coisa é que quase não se vê tráfego de caminhões e ônibus, dando a parecer que por muitas vezes estava sozinho no percurso. Por outro lado, as belezas naturais que margeiam a estrada são de encher os olhos e nos fazer refletir sobre o que o homem vem fazendo com a natureza em nome do progresso.


Pegando o rumo de casa... rs


Esse foi o ritmo da volta: 80 a 90km/h... rs 
Bom, após andar por alguns quilômetros, próximo a Conselheiro Pena, fui surpreendido por uma interdição temporária na rodovia. Tratava-se de uma obra do Dnit, daquelas que interditam um lado da via por vez a cada 10 minutos, do tipo “siga” e “pare”. Esse imprevisto, debaixo de sol, de certa forma me ajudou a eliminar mais adiante, uma parada que estava programada.


O Rio Doce acompanha a BR-259 de Conselheiro Pena até Aimorés.


Fiquei agarrado por uns 15 minutos nesta obra do Dnit.

Bom, como era o segundo na fila, tentei registra os que estavam atrás... rs



Quanto ao reabastecimento, deixei para fazê-lo quanto estivesse faltando ¼ do tanque, o que veio acontecer em Resplendor. Como a quantidade de postos na rodovia era pouca, não dava para arriscar, resolvi abastecer no primeiro que apareceu e o que logo surgiu foi o mesmo onde fiz a segunda parada na ida. O problema é naquele momento não havia gasolina, apenas diesel. Segundo o frentista, só no dia seguinte é que o caminhão abasteceria os tanques, ele disse ainda que seguindo por uns 8 km haveria outro posto. Lá vamos, eu e o Kinha, em busca de gasosa.


Na boa, a volta pela BR-259 é muito mais agradável...

Muita coisa não foi possível ver na ida quando estive "subindo" a serra... rs 




Depois de alguns minutos rodando surge um posto Petrobras. Assim que estacionei pedi ao frentista para completar enquanto fui preenchendo minha planilha de viagem. Quando perguntei o preço do litro da gasolina (comum) quase caí: R$ 3,05. De todos os postos por onde passei, esse tinha a gasolina mais cara. Superou os R$ 3,04 pagos em Vitória pelo litro da aditivada Shell V-Power. Quando questionei isso ao frentista ele disse: “é... aqui no posto ela é cara mesmo”. Putz, depois dessa, tive que afogar a raiva numa daquelas churrascarias de beira de estrada (12 reais o rodízio).





Cruzando a ponte sobre o Rio Doce em Resplendor.

Última parada da viagem. Aproveitando para curtir um churrasquinho... rs 
De volta ao volante, dirigindo por mais um bom tempo logo avisto do meu lado esquerdo, os trilhos da EFVM. Esse é o sinal que estava chegando ao município de Aimorés, o último antes de cruzar a divisa com o Espírito Santo. Dessa vez tive sorte por não ter nenhuma carreta em minha frente e com isso poder passar rapidamente pelas 15 lombadas que se encontravam pelo caminho, o pior que o intervalo entre elas não chega nem a 100 metros.


Pedra da Lorena.

Barragem da Usina Hidrelétrica de Aimorés e a Pedra da Lorena ao fundo.

Os trilhos da EFVM sinaliza a chegada em Aimorés.


De Aimorés até a divisa com o município de Baixo Guandu, no Espírito Santo, foi um pulo, acho que meia hora. Seguindo até Colatina me deparei com mais uma sessão de belezas naturais, era cada paisagem mais bonita que a outra. Algo que não dava para ver quando trafeguei no sentido contrário, alias, pude observar o mesmo quando seguia para Minas Gerais. Foi uma pena não ter esvaziado o cartão de memória antes de iniciar a viagem, pois deixei de fotografar verdadeiros cartões postais que embelezam o cenário dessa rodovia.
Passando a circular por terras capixabas... rs



De Baixo Guandu até Colatina a natureza te presenteia com belas paisagens.







Após dirigir por belíssimos cenários, tanto em MG como no ES, chego a Colatina dando início a contagem regressiva para o fim da BR-259, e quando menos se quer uma coisa é justamente o contrário que acontece, mesmo num Fusca, foi rápido a chegada ao trevo de João Neiva para despedida da BR-259, aqui a tranquilidade da viagem dá lugar ao tráfego frenético da BR-101. Para começar, uma fila de caminhões na entrada de Ibiraçu e mais adiante a novela se repetia na entrada de Fundão.
Essas foram as últimas fotos da viagem...

Mais adiante vem Colatina e João Neiva, onde a BR-259 acaba...

Daí para frente começa o tormento na BR-101.
Passado esses transtornos sentei o pé até a entrada do município de Serra, parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, a exatos 13:20. Aqui começava tudo novamente, só que dessa vez o tumulto é dentro da cidade: caminhões, ônibus, congestionamento, bateria de semáforos, pedestres, radares, obras e um sol dos infernos. Nada parecendo à calmaria e o frescor matinal de quando parti há pouco mais de uma semana.
Quase uma hora depois estou em Vitória, na praça do pedágio, pagando os 0,80 para cruzar a Ponte Dep. Darcy Castello de Mendonça (3ª Ponte) que liga Vitória a Vila Velha. Agora basta só percorrer os 3,3 km de extensão da bendita para finalmente chegar na casa da minha mãe, às 14h20min, encerando uma aventura que começou cheia de medos, dúvidas e incertezas, mas que ao final, valeu muito a pena, percorrer os 984 km num Fusca para rever pessoas que tanto amamos.
Terceira Ponte
Resumo:
Saída: Teófilo Otoni/MG
Km: 28.945
Horário: 5:30

Parada: Descanso
Localidade: Gov. Valadares/MG
Km: 29.107
Horário: 8h

Parada: Abastecimento + Almoço
Localidade: Resplendor/MG
Km: 29.217
Horário: 9:50
Valor do litro: 3,05 (gas. comum - Petrobrás)
Litros abastecidos: 32,92
Valor pago: 100,37
Alimentação: 15,00

Chegada: Vila Velha/ES
Km: 29.439
Horário: 14:15
Pedágio: R$ 0,80


Duração: 9h
Quilômetros percorridos: 494
Velocidade média: 90 km/h
Consumo médio: 13 km/l


Despesa total:
Pedágio: 1,60
Combustível: 250,19
Alimentação: 37,00
Total: 288,79




Conclusão
Quanto à viagem em si, o carro se comportou muito bem com o consumo dentro do esperado. Tirando o barulho do motor e a falta de potência, posso dizer que foi uma aventura e tanto. O único inconveniente, se é que posso falar assim, é rodar a 80, 90 Km/h (não rende muito) e ter alguns caminhões e ônibus te ultrapassando na estrada. O segredo foi encarar isso como algo normal, pois disputar espaço com eles não é uma boa idéia.
Outro detalhe é quanto ao conforto, pois o espaço interno é muito restrito, principalmente para quem é alto, sem falar da falta de espaço para bagagens. Já o cansaço em dirigir é o mesmo de qualquer outro veículo.
Quanto ao motor, mesmo sendo original e com manutenção em dia, ele precisou fazer um certo esforço para manter velocidades acima dos 80 km/h, principalmente em subidas (como foi na ida), quando percebi que estava forçando, esgoelando o coitado, reduzi para 60 km/h, assim, além de poupá-lo ainda economizei combustível. Na pior das hipóteses, é como me disseram: "o motor do Fusca, além de ser muito robusto e confiável, quando dá defeito é difícil ele parar de vez, vai tossindo, falhando, mas chega até algum lugar, aliás, esse é um dos atributos desse motorzinho..."
A estabilidade dele não é lá grande coisa, mesmo em linha reta dá para sentir o carro meio instável devido aos pneus finos, se entrar rápido numa curva é acidente na certa. Acho que, hoje, o Fusca é melhor para o uso urbano ou rural, na rodovia ele se comporta como um peixe fora d'água.
Mas é isso, fui e voltei sem nenhum incidente, nem mesmo um pneu furado. Venci o medo de viajar no Fusca e posso dizer que estou pronto para novas aventuras. O grande lance é fazer a manutenção básica, ter tranquilidade e ir sem pressa de chegar, só curtindo a viagem. Pressa e Fusca não combinam... rsrs
Agradecimentos 
Primeiramente à Deus por me permitir realizar essa empreitada. Agradeço ainda as, poucas, pessoas que incentivaram e acreditaram que eu conseguiria ir e voltar numa boa. E por último ao Ferdinand Porsche por ter criado uma máquina, simples, resistente e robusta como o Fusca.