Neste espaço virtual falarei um pouco do Kinha, meu FusKinha (Fusca 1300 ano 85), assim como, da minha admiração pelo modelo e seus derivados à ar (Brasilia, Kombi, Variant, Tl e etc...).
Desde
que cheguei de Teófilo Otoni, o Kinha só saiu da garagem para um breve passeio
numa nublada tarde de domingo, 8 de dezembro. Ainda bem que nesse dia São
Pedro deu um descanso e não mandou chuva. Consegui curtir um pouco meu xodó.
Tudo bem que tentei dar a partida 11 vezes, na décima vez, a carga da bateria já estava
quase no fim, sendo um milagre o motor pegar na última tentativa. Depois foi só deixar o motor “esquentar” um pouco e sai para o passeio.
Após esse dia, o bicho pegou! As chuvas que já caíam no Espírito Santo desde o
começo do mês, intensificaram nas últimas semanas, inundando diversos bairros
do Município de Vila Velha, inclusive onde resido, o que me impossibilitou de curtir
o meu carrinho.
As
chuvas provocaram inundações e enxurradas em diversos municípios e em toda a
Grande Vitória. O Governo Federal decretou situação de emergência, a Força
Nacional de Segurança já esta no Estado para ajudar as vítimas da chuva.
Bom,
espero que Deus tenha piedade do povo capixaba e não mande mais água.
Enquanto isso vamos aguardando as “providências divinas”, torcendo para que
tudo isso acabe e as vítimas consigam reconstruir suas vidas. Graças a Deus eu e meus familiares estamos protegidos,
inclusive o Kinha, lógico! Não vejo a hora de dar um trato nele tipo: lavar,
encerar e dar aquela voltinha básica. Mas com esse dilúvio sem chance de sair.
"O Senhor guardará você de todo perigo; Ele protegerá a sua vida." Salmos 121:7 A Ida (25 de Outubro)
Bom,
chegou o tão esperado momento de botar o Kinha na estrada para fazer sua
primeira viagem desde que o adquiri.Há
tempo eu já pensava em fazer isso, mas confesso que tinha medo dele me deixar
na mão em plena rodovia, mas tudo bem, agora é a hora e o destino é Teófilo
Otoni-MG, cuja sede municipal fica a 319 metros de altitude. O motivo para subir a
serra? Visitar a parentada: meu avô de 99 anos, primos, tios, etc...
Rota
A
ocasião me fez recordar os tempos de criança, final dos anos 70, onde eu, meu
irmão e meus pais percorríamos cerca de 1.892 km, de Coxim-MS para
Teófilo Otoni, numa Brasilia para visitá-los. Boas lembranças... mas voltando a
realidade... ano passado eu havia ido lá num outro carro, fazendo o mesmo
percurso em 8h com uma parada e mantendo uma velocidade de cruzeiro na casa dos
110km/h. Agora chegou a vez de ir com o Kinha. O carro foi todo revisado:
pneus, suspensão, freios, mecânica, parte elétrica, enfim, tudo em ordem!
Na
véspera da viagem arrumei minhas coisas. Levei apenas uma sacola com algumas
mudas de roupa, um velho notebook, minha inseparável câmera digital e a recém
comprada GoPro Hero3 para registrar a aventura, isso sem deixar de mencionar o
“kit de sobrevivência”, ou seja, algumas ferramentas e peças para o caso de
algum imprevisto. Bom, dei uma revisada no trajeto e fui dormir para acordar
bem cedo, afinal de contas, a viagem seria um pouco longa (calculo 10h para
percorrer 497 km)
e ainda precisaria evitar o tráfego normalmente intenso no trecho da BR-101.
Acordei
às 4h30min, tomei um banho, fiz um lanche rápido e peguei as coisas. A caranga
estava na casa da minha mãe e quando lá cheguei fui logo “embarcando” a bagagem e instando a GoPro. Configurei o Sistema de Posicionamento Global, vulgo
GPS, dei a partida, às 5h30min, para início da aventura abordo do Kinha.
Ao
cruzar a 3ª Ponte (que dá acesso à Vitória) fiz um parada para abastecimento num
Posto Shell, onde completei o tanque com 25,50 litros (gasolina
aditivada V-Power). Agora sim, pé na estrada para pegar a rodovia ouvindo uma
trilha sonora perfeita para espantar o cansaço e curtir a viagem.
BR-101, na saída do município de Serra, ainda com pouco tráfego.
Passar disso, no plano, foi tarefa difícil... rs
Embora
relativamente cedo, ainda peguei um pouco de tráfego entre o município de Serra
e João Neiva, nada de estranho em se tratando da sempre movimentada BR-101. Por
outro lado, trafegando pela BR-259, na altura do município de João Neiva em
diante o percurso foi mais tranquilo.
Próximo a Fundão, uma bela visão das montanhas.
Mosteiro Zen Budista em Ibiraçu.
Aos poucos o movimento vai começando, mas ainda estava cedo... rs
Paisagens...
Eu também. Faço essa viagem, para estar mais "próximo" dele.
Apesar
de ter lido relatos a respeito de viagens num Fusca, é só sentindo na pele para
saber como ele se comporta na rodovia. De início tratei de não abusar da
velocidade (como se desse... rs), ficando esperto nas curvas devido à tendência
de sair de traseira, normal em carros com tração traseira, ainda mais se
estiver usando pneus finos, que é o meu caso. Isso se dá porque no Fusca, todo
o seu peso fica na parte de trás, ou seja, motor e câmbio ficam nesse lado da
carroceria, e para piorar, ainda tem a tração traseira e os pneus finos que geram
um “efeito pêndulo” nas curvas.
Preocupação do fabricante de elevadores ao erguer um Fusca.
Voltando
à rodovia... pé embaixo, mas na maciota, com média de 70 a 80km/h, despejando assim
toda cavalaria do pequeno motor boxer de 46 cv.E foi nesse ritmo que por muitas vezes estive “seguindo” caminhões e
ônibus, pois o motor não tinha “potência” para ultrapassá-los, mas quando
pintava uma oportunidade na subida da serra, eu os deixava para
trás e ainda ganhava uma distância. Creio que a potência tenha sido afetada pelo carburador Solex H-30 Pics e nova giclagem que visam mais economia e menos potência.
Pé embaixo... rs
Chegando em João Neiva para pegar a BR-259.
Viajar pela BR-259 é uma maravilha...
Trafegando
pelo perímetro urbano de Colatina, me deparei com algumas lombadas e num
pequeno momento de distração precisei frear bruscamente o Kinha (veja o vídeo em 1:00) para passar,
com segurança, por uma delas. Por causa dessa freada, a tampa do chiqueirinho
com os alto-falantes acabou se soltando me obrigando, às 8h em ponto, a realizar
a primeira parada num posto às margens da rodovia, ocasião onde aproveitei para
colocar a tampa no lugar e ir ao banheiro.
Chegando em Colatina.
Primeira parada. Aproveitei para recolocar a tampa do chiqueirinho... rs
Passado
algum tempo segui em frente, curtindo minhas músicas, às vezes apenas o barulho
do motor quando às 9h cheguei ao município de Aimorés, divisa com MG (o
hodômetro marcava 28.642). A BR-259 passa por dentro da cidade, margeando a Estrada
de Ferro Vitória-Minas (EFVM). Esse trecho foi demorado para percorrer devido,
primeiramente, às inúmeras lombadas e as curvas que dificultavam a circulação de
carretas e bi-trens que estavam na minha frente. Tive oportunidade de
ultrapassá-los, porém, não me atrevi porque logo depois, certamente, eu os
veria embalados “crescendo” no meu retrovisor... rsrs
Olha um coleguinha do Kinha... rs
Tive que seguir essas duas carretas por muito tempo... rs
Divisa com Minas Gerais.
Aimorés à vista!
Do lado direito a EFVM, à frente as carretas e uma infinidade de lombadas.
De
volta à viagem e acumulando alguns quilômetros, chegou o momento de fazer o
segundo “pit stop”, agora em território mineiro, na cidade de Resplendor. Era
10h quando avistei um posto de gasolina com uma lanchonete as margens da
rodovia, foi a oportunidade para fazer um rápido lanche, além lógico, de dar um
fôlego ao motor de 1300 cilindradas do Kinha. O critério que passeia adotar após
a primeira parada seria de realizar paradas de aproximadamente 15 minutos a
cada duas horas dirigindo.
Ponte sobre o Rio Doce em Resplendor.
Segunda parada...
Retornando
à pista e mais confiante no Kinha, fui seguindo meu caminho em direção a
Teófilo Otoni. Ao passo que avançava no trajeto, começavam surgir (com mais frequência) aquelas placas
informando os “destinos e os quilômetros restantes” para algumas localidades. Após
algum tempo rodando notei que estava perto de Governador Valadares. Um detalhe
a ser mencionado é que para pegar a BR-116, ao sair da BR-259, é necessário
entrar na cidade, o que me tomou uns 15 minutos. Para complicar, o caminho não
era bem sinalizado por placas e meu GPS, embora atualizado, indicava um trajeto
que não correspondia a realidade.
Como
já era meio-dia e o mostrador de gasolina indicava que o tanque estava pela
metade, tratei de encontrar um posto onde também pudesse almoçar (o que foi
fácil). Logo à frente avistei um da Petrobras onde pude completar o tanque com 24,60 litros (gasolina
comum). O legal é que nesse posto havia um fusquinha branco, antigo “meio largado”
num canto, aproveitei e estacionei o Kinha ao lado dele enquanto almoçava e
depois fiquei namorando ele um pouco... rs
Rio Doce.
Essa ponte fica em Governador Valadares.
Olha o que encontrei?
Deixei os dois batendo um papo enquanto fui almoçar... rs
Me perdi "tentando" encontrar a saída para BR-116.
Ufa! Agora sim.
Quase
uma hora depois, era preciso voltar à direção e percorrer os 138 quilômetros
restantes para completar o percurso. Por falar nisso, ele estava chegando ao
fim e somente dois fusquinhas, um branco e outro bege, eu pude ver rodando ao
longo do caminho. Isso me fez lembrar de uma Brasília, o primeiro carro do meu
saudoso pai, que se estivesse vivo certamente estaria ao meu lado contando suas
histórias de vida, não vendo a hora para rever seu, quase centenário, pai,
irmãos, irmãs e sobrinhos.
Agora é questão de minutos para chegada.
Emoção em sentir o Kinha despejar seus 46 cv em pleno retão... rsrs
Estou chegando galera... rs
Enfim,
depois de nove horas dirigindo, percorrendo os 490 quilômetros que
separam Vila Velha do meu destino, o relógio marcava 14:45 quando entrei no perímetro
urbano de Teófilo Otoni. Em menos de 20 minutos já estava no pé da ladeira onde
fica a casa do meu avô. Parei o Kinha, engatei a primeira e comecei a subida, porém, não entrei logo na casa dele e sim, percorri mais 50 metros e adentrei na
rua onde mora meu Tio, que por coincidência, estava na garagem de sua casa. A
entrada na rua do meu tio é justificada, pois assim é só dar marcha-ré e descer,
tornando mais fácil o acesso à garagem do vô do que tentar entrar de subida.
Diz a placa: "Teófilo Otoni capital mundial das pedras preciosas e dos valores humanos".
Foto tirada do muro da casa do vô. Agora imagina o Kinha subindo a ladeira... rsrs
À direita do carro prata fica a rua onde meu tio mora.
Agora um merecido descanso.
Resumo:
Saída:
Vila Velha/ES
Km:
28.455 Horário:
5:30 Pedágio:
R$ 0,80
Parada:
Abastecimento
Localidade:
Vitória/ES Km:
28.464 Horário:
6h Valor
do litro: 3,04 (gas. aditivada Shell V-Power) Litros
abastecidos: 25,50 Valor pago:
77,50
Duração
da viagem: 9h Quilômetros
percorridos: 490 Velocidade
média: 75 km/h Consumo
médio: 13 km/l
A Volta (05 de Novembro)
Terça
feira 04 de novembro, levantei, acordei minhas tias, tomei um iogurte e fui despedir do meu avô. Coitado, tiveram que acordá-lo para dar-me a benção. Rapidamente terminei de colocar o resto das coisas no kinha
enquanto minhas tias, ainda de camisola, me aguardavam na varanda para
despedida definitiva... rs
O
relógio marcava 5:30 quando dei a partida e começei a descer a garagem do meu
avô para encarar 9 horas de estrada na volta para casa. Na ocasião ainda estava
meio escuro, mas aos poucos o céu foi azulando. O dia começou meio fechado com pouca
neblina, parecia que ia chover, mas lá pelas 8h o tempo começou a limpar até
abrir um sol de rachar.
Logo
de início me confundi um pouco para achar a saída da cidade, mas nada que voltando
uns 2 km
para pegar o sentido da Rio-Bahia (trecho da BR-116 que atravessa o território
mineiro) e começar a aventura. No trajeto que vai Teófilo Otoni até Governador
Valadares, a rodovia estava tranquila com pouca movimentação de caminhões. Como
tudo transcorreu bem na ida, decidi forçar o Kinha um pouco mais. Ao invés de
manter a velocidade na casa dos 70/80 km/h, resolvi colocar um pouco mais de
pressão no acelerador fazendo o ponteiro do velocímetro ficar entre 80/90 km/h.
Fazendo o caminho de volta pela Rio-Bahia (BR-116).
O
clima estava meio friozinho, até gostoso para um início de viagem. Durante o percurso
fui passando por alguns distritos, fazendas, além de avistar algumas cadeias de
montanhas nos pontos mais alto da pista, muito bonito mesmo. No caminho para
Valadares, a estrada é bem conservada com muitos "retões" e pouco tráfego, em
alguns momentos deu para andar a 95 km/h, mas sem abusar muito... rs
Pedra da Boca.
Olhe as montanhas ao fundo.
Num desses "retões" alcancei 95 km/h... rsrs
Chegando
a Governador Valadares, resolvi fazer o primeiro “pit stop” num posto de
gasolina. Uma merecida pausa para o meu descanso e do Kinha, afinal, ninguém é
de ferro. Essa parada já foi na BR-259, rodovia federal que interliga o estado
do Espírito Santo a Minas Gerais (no Espírito Santo ela termina na altura do
município de João Neiva).
Aqui começa a BR-259.
Primeiro "pit stop" do guerreiro.
Embora
sendo uma rodovia federal, a 259 é muito boa para trafegar, o único porém é
que nela há pouquíssimos postos de
abastecimento. Outra coisa é que quase não se vê tráfego de caminhões e ônibus,
dando a parecer que por muitas vezes estava sozinho no percurso. Por outro
lado, as belezas naturais que margeiam a estrada são de encher os olhos e nos
fazer refletir sobre o que o homem vem fazendo com a natureza em nome do
progresso.
Pegando o rumo de casa... rs
Esse foi o ritmo da volta: 80 a 90km/h... rs
Bom,
após andar por alguns quilômetros, próximo a Conselheiro Pena, fui surpreendido
por uma interdição temporária na rodovia. Tratava-se de uma obra do Dnit, daquelas
que interditam um lado da via por vez a cada 10 minutos, do tipo “siga” e
“pare”. Esse imprevisto, debaixo de sol, de certa forma me ajudou a eliminar
mais adiante, uma parada que estava programada.
O Rio Doce acompanha a BR-259 de Conselheiro Pena até Aimorés.
Fiquei agarrado por uns 15 minutos nesta obra do Dnit.
Bom, como era o segundo na fila, tentei registra os que estavam atrás... rs
Quanto
ao reabastecimento, deixei para fazê-lo quanto estivesse faltando ¼ do tanque, o
que veio acontecer em
Resplendor. Como a quantidade de postos na rodovia era pouca,
não dava para arriscar, resolvi abastecer no primeiro que apareceu e o que logo
surgiu foi o mesmo onde fiz a segunda parada na ida. O problema é naquele
momento não havia gasolina, apenas diesel. Segundo o frentista, só no dia
seguinte é que o caminhão abasteceria os tanques, ele disse ainda que seguindo
por uns 8 km
haveria outro posto. Lá vamos, eu e o Kinha, em busca de gasosa.
Na boa, a volta pela BR-259 é muito mais agradável...
Muita coisa não foi possível ver na ida quando estive "subindo" a serra... rs
Depois
de alguns minutos rodando surge um posto Petrobras. Assim que estacionei pedi
ao frentista para completar enquanto fui preenchendo minha planilha de viagem. Quando
perguntei o preço do litro da gasolina (comum) quase caí: R$ 3,05. De todos os
postos por onde passei, esse tinha a gasolina mais cara. Superou os R$ 3,04
pagos em Vitória pelo litro da aditivada Shell V-Power. Quando questionei isso
ao frentista ele disse: “é... aqui no posto ela é cara mesmo”. Putz, depois
dessa, tive que afogar a raiva numa daquelas churrascarias de beira de estrada
(12 reais o rodízio).
Cruzando a ponte sobre o Rio Doce em Resplendor.
Última parada da viagem. Aproveitando para curtir um churrasquinho... rs
De
volta ao volante, dirigindo por mais um bom tempo logo avisto do meu lado
esquerdo, os trilhos da EFVM. Esse é o sinal que estava chegando ao município
de Aimorés, o último antes de cruzar a divisa com o Espírito Santo. Dessa vez
tive sorte por não ter nenhuma carreta em minha frente e com isso poder passar
rapidamente pelas 15 lombadas que se encontravam pelo caminho, o pior que o intervalo
entre elas não chega nem a 100
metros.
Pedra da Lorena.
Barragem da Usina Hidrelétrica de Aimorés e a Pedra da Lorena ao fundo.
Os trilhos da EFVM sinaliza a chegada em Aimorés.
De
Aimorés até a divisa com o município de Baixo Guandu, no Espírito Santo, foi um
pulo, acho que meia hora. Seguindo até Colatina me deparei com mais uma sessão
de belezas naturais, era cada paisagem mais bonita que a outra. Algo que não
dava para ver quando trafeguei no sentido contrário, alias, pude observar o
mesmo quando seguia para Minas Gerais. Foi uma pena não ter esvaziado o cartão
de memória antes de iniciar a viagem, pois deixei de fotografar verdadeiros
cartões postais que embelezam o cenário dessa rodovia.
Passando a circular por terras capixabas... rs
De Baixo Guandu até Colatina a natureza te presenteia com belas paisagens.
Após
dirigir por belíssimos cenários, tanto em MG como no ES, chego a Colatina dando
início a contagem regressiva para o fim da BR-259, e quando menos se quer uma
coisa é justamente o contrário que acontece, mesmo num Fusca, foi rápido a chegada
ao trevo de João Neiva para despedida da BR-259, aqui a tranquilidade da viagem
dá lugar ao tráfego frenético da BR-101. Para começar, uma fila de caminhões na
entrada de Ibiraçu e mais adiante a novela se repetia na entrada de Fundão.
Essas foram as últimas fotos da viagem...
Mais adiante vem Colatina e João Neiva, onde a BR-259 acaba...
Daí para frente começa o tormento na BR-101.
Passado
esses transtornos sentei o pé até a entrada do município de Serra, parte da
Região Metropolitana da Grande Vitória, a exatos 13:20. Aqui começava tudo
novamente, só que dessa vez o tumulto é dentro da cidade: caminhões, ônibus, congestionamento,
bateria de semáforos, pedestres, radares, obras e um sol dos infernos. Nada
parecendo à calmaria e o frescor matinal de quando parti há pouco mais de uma
semana.
Quase
uma hora depois estou em Vitória, na praça do pedágio, pagando os 0,80 para
cruzar a Ponte Dep. Darcy Castello de Mendonça (3ª Ponte) que liga Vitória a
Vila Velha. Agora basta só percorrer os 3,3 km de extensão da bendita para finalmente chegar
na casa da minha mãe, às 14h20min, encerando uma aventura que começou cheia de medos,
dúvidas e incertezas, mas que ao final, valeu muito a pena, percorrer os 984 km num Fusca para rever
pessoas que tanto amamos.
Quanto
à viagem em si, o carro se comportou muito bem com o consumo dentro do
esperado. Tirando o barulho do motor e
a falta de potência, posso dizer que foi uma aventura e tanto. O único
inconveniente, se é que posso falar assim, é rodar a 80, 90 Km/h (não rende muito) e
ter alguns caminhões e ônibus te ultrapassando na estrada. O segredo foi encarar
isso como algo normal, pois disputar espaço com eles não é uma boa idéia.
Outro
detalhe é quanto ao conforto, pois o espaço interno é muito restrito, principalmente
para quem é alto, sem falar da falta de espaço para bagagens. Já o cansaço em
dirigir é o mesmo de qualquer outro veículo.
Quanto
ao motor, mesmo sendo original e com manutenção em dia, ele precisou
fazer um certo esforço para manter velocidades acima dos 80 km/h, principalmente em
subidas (como foi na ida), quando percebi que estava forçando, esgoelando o
coitado, reduzi para 60 km/h, assim, além de poupá-lo ainda economizei
combustível. Na pior das hipóteses, é como me disseram: "o motor do
Fusca, além de ser muito robusto e confiável, quando dá defeito é difícil ele parar
de vez, vai tossindo, falhando, mas chega até algum lugar, aliás, esse é um
dos atributos desse motorzinho..."
A
estabilidade dele não é lá grande coisa, mesmo em linha reta dá para sentir o
carro meio instável devido aos pneus finos, se entrar rápido numa curva é
acidente na certa. Acho que, hoje, o Fusca é melhor para o uso urbano ou rural, na
rodovia ele se comporta como um peixe fora d'água.
Mas
é isso, fui e voltei sem nenhum incidente, nem mesmo um pneu furado. Venci o
medo de viajar no Fusca e posso dizer que estou pronto para novas aventuras. O
grande lance é fazer a manutenção básica, ter tranquilidade e ir sem pressa de
chegar, só curtindo a viagem. Pressa e Fusca não combinam... rsrs
Agradecimentos
Primeiramente
à Deus por me permitir realizar essa empreitada. Agradeço ainda as, poucas,
pessoas que incentivaram e acreditaram que eu conseguiria ir e voltar numa boa.
E por último ao Ferdinand Porsche por ter criado uma máquina, simples, resistente
e robusta como o Fusca.